🌍 Avaliação da Eficiência de Irrigação em Pivôs Utilizando Geotecnologias
- Rafael Oliveira
- 23 de set. de 2024
- 3 min de leitura
#GestãoDeIrrigação #AgriculturaDePrecisão #NDVI #NDMI #SensoriamentoRemoto #Geoprocessamento #Sustentabilidade
Desafio: Um produtor rural percebeu variações significativas e recorrentes na saúde das plantas em diferentes áreas de seus pivôs centrais, o que estava impactando a produtividade de sua propriedade. Com bases em suas observações em campo, ele tem certeza que o problema está na irrigação.
Objetivo: Identificar o motivo dessas variações e identificar as áreas mais afetadas.
Solução: Uso de dados gratuitos para análise rápida, sem ida ao campo e que produza insights valiosos, considerando a premissa de ineficiência da irrigação.
1. Levantamento de dados por Sensoriamento Remoto:
A partir de imagens do satélite Sentinel-2, com resolução espacial de 20 metros, equipadas com a câmera MSI (MultiSpectral Instrument), aplicou-se índices de vegetação NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada) e NDMI (Índice de Umidade por Diferença Normalizada) para avaliar a saúde e o nível de umidade das plantas em cada pivô central. Esses índices permitiram mapear zonas de alta e baixa performance para as áreas de interesse.
2. Geoprocessamento e Geração de Zonas de Irrigação:
Com base no NDVI, realizou-se uma segmentação geoespacial da área irrigada, dividindo-a em zonas com diferentes níveis de saúde das plantas. Isso permite identificar padrões de variação dentro dos pivôs, que podem indicar ineficiências no sistema de irrigação.
3. Modelos Digitais de Elevação (MDE) e Análise de Declividade:
Combinou-se o NDVI com a Declividade, gerada a partir do Modelo Digital de Elevação (MDE). Esta prática é essencial para entender o impacto do relevo na eficiência do escoamento de água em áreas agrícolas. O objetivo dessa combinação foi identificar áreas onde o relevo afeta a distribuição da água e correlacionar com o vigor da vegetação, medido pelo NDVI.
4. Análise de correlação:
Utilizou-se as variáveis de declividade e estresse hídrico das zonas de irrigação, para calcular o coeficiente de correlação entre as variáveis, o que poderia indicar se houve uma correlação positiva ou negativa entre elas.
O coeficiente de correlação entre essas variáveis foi de 0,14, o que sugere uma correlação muito fraca entre a declividade e o estresse hídrico nos pivôs analisados.
Resultados:
A saúde das plantas variou entre os pivôs, apresentando-se em 4 zonas de irrigação distintas, com base no NDVI e NDMI.
Aproximadamente 40% dos pivôs apresentam problemas com mortalidade das plantas.
A ineficiência da irrigação apresentou pouca relação com a declividade dos pivôs.
Hipóteses:
Variação na textura do solo e capacidade de retenção de água: Solos com maior compactação ou variações na capacidade de retenção podem influenciar a disponibilidade de água para as plantas.
Problemas com o preparo do solo: A formação de sulcos profundos pode provocar acúmulo ou falta de água em certas áreas, comprometendo a uniformidade da irrigação. Isso pode levar à erosão do solo e ao escorrimento superficial da água, reduzindo a disponibilidade para as raízes das plantas.
Implantação inadequada das curvas de nível: As curvas de nível são essenciais para controlar o escoamento da água em terrenos inclinados. Se mal implantadas, elas podem concentrar a água em certas áreas, causando encharcamento ou erosão, enquanto outras partes do pivô ficam sub-irrigadas.
Este singelo piloto procurou demonstrar a importância e praticidade das geotecnologias para identificar padrões anormais, facilitando a detecção precoce e tomada de decisões mais informadas, mesmo quando os dados obtidos não apontam diretamente para a causa real de um problema.
Identificou alguma outra hipótese para o problema do nosso produtor? Conta aqui pra gente!
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